Noivos. Mais de dois anos. Encontros periódicos e apaixonados, sonhos e projetos. Noivos, definitivamente noivos. Enxoval completo comprado com despesas divididas. Assim também o apartamento, o buffet para a festa de casamento. Na Igreja da paróquia do bairro em que ela mora, os proclamas já corriam – ou os “banhos” como já ouvi dizer que se usava falar em priscas eras. Noivos. Data de casamento marcada.
Domingo, depois da visita à casa da sogra. Ela um pouco enfadada. Ele um tanto preguiçoso. Caminho de casa. Noivos. Em lá chegando, ela entra com ele e ficam na sala. Noivos. Ele diz que tem algo importante a dizer. Ela escuta. Ele diz que saiu com outra garota e que ela está grávida. Ela quer saber se foi apenas uma aventura ou se ele está namorando a outra. Ele diz que foi aventura. Ela pergunta se ele tem certeza da paternidade, se já tinha feito exame de DNA. Ele protesta dizendo que a outra ficaria constrangida demais. Ela, indignada, pergunta se o que ele estava falando já não era constragimento bastante. A outra não pode, eu posso… ficar constrangida? Ela diz que acabou. Ele fica calado. Ela pede para ele devolver metade de tudo o que gastaram na compra e nas despesas do casamento até aquele domingo. Ele paga. Noivos. Não mais.