Dia de “folga acadêmica”. É a primeira vez que vejo isso, um congresso com um dia inteirinho… livre. O chato que conversava durante a conferência de abertura, falando mal de tudo e de todos ofereceu minicurso hoje. Dia especial então… para quem esteve de folga, como eu.
Passeio a Alcântara. A aventura começa atravessando mar aberto num catamarã pequeno e leve, com vinte e cinco pessoas. Imagina… ondas de mais ou menos três metros de altura, sob um sol escaldante e uma mulher passando mal, de tanto que o tal catamarã se jogava. A chegada é bucólica e… quente. Ladeiras não tão íngremes como as mineiras e quase o mesmo abandono que o centro histórico da capital. Tudo muito simples e abandonado, com exceção da primeira Sé, cujas ruínas lembram as missões jesuíticas no norte do Rio Grande do Sul. Há uma curiosidade arquitetônica: as duas ruínas do que teriam sido os dois palácios que seriam construídos para Dom PedroII, que nunca pôs os seus pezinhos reais naquela ilha. Ficaram pela metade… as construções e assim ficaram arruinadas: coisas de cultura… Na igreja mais conservada, com símbolos maçônicos (no lugar da rosácea há uma pequena janela em forma de olho). No topo do altar dois compassos cruzados, estrelas e a coroa do rei no lugar da barba de um bode. O “olho que tudo vê” capta a luz solar que é dirigida diretamente para o sacrário, apenas uma vez no ano entre julho e agosto. Um “evento”. Rosinha, melando os dedos com um picolé que se desintegrava por causa do calor, explicava tudo, até a história da fonte que foi roubada, mesmo pesando quatro toneladas. A “relíquia” foi encontrada por uma arquiteta maranhense, num restaurante do Rio de Janeiro. Em Alcântara também tem uma igreja de Nossa Senhora do Rosário dos pretos. Uma teteia de ingenuidade artística. Três imagens de São Benedito, uma de Santa Efigênia, São Raimundo Nonato (sabiam que ele é o protetor das grávidas?), Nossa Senhora do bom parto… uma graça! O melhor ainda estava por vir… o almoço no restaurante Tijupá, com o papo do Cláudio, uma simpatia! Eu recomendo! Na volta, um banho com as ondas mais altas ainda e as risadas debochadas de aborígenes, duas “locais” e dois casais de turistas. Eles acreditavam que nós, os espanhóis e eu, estávamos com raiva e debochavam, como debochavam… Uma pobreza. Mas o final da tarde foi dourado com a alta da maré e eu caminhando para secar a roupa… Alcântara agradou!
2 respostas para “Diário de viagem 5 – quarta”
Adorei…trás fotos pros nossos blogs…
bjins
eidia
As fotos vão hoje. Vou vencer a preguiça!