Li, por estes dias, no jornal Estado de Minas, nota escrita por um leitor, dizendo de sua apreensão quanto ao fato de encontrar os assentos localizados junto às saídas de emergência de um avião da TAM vazios. Perguntada que foi a aeromoça, candidamente – inferi esta reação pelo tom do texto da nota –, respondeu que o acontecido se deveu ao aumento do preço da tarifa cobrada pela companhia aérea para o uso desses assentos. Se a moda pega, daqui a pouco, todas as companhias aéreas vão aumentar o seu faturamento, por conta desse absurdo. Na nota, o passageiro, comenta sobre a dificuldade de locomoção dos atendentes de voo, no caso de necessidade de acionar as referidas portas de emergência. Esquisito.
Um ano depois, parte da região serrana do Rio de Janeiro continua da mesma maneira que ficou depois das chuvas: entulho, restos, e miríades de corpos desaparecidos ainda soterrados. Um garoto perdeu mãe, irmão e casa (com tudo dentro…). O governo anuncia que casas “serão” construídas pelo programa “Minha casa, minha vida” (Tenho dúvida sobre o nome do programa…). Pergunta: como esse garoto vai “provar”, na “justiça”, que perdeu família, para ter direito ao “benefício” se não foram encontrados restos mortais de seus familiares e/ou os próprios documentos? Outra pergunta: por que a “autoridade” não disse exatamente “quando” as casas vão ter sua construção iniciada? Salve o “aluguel social”, mais um sócio da patuscada que vige no manuseio da “coisa pública”.
A televisão, em Minas Gerais, tem veiculado mensagem da Câmara de vereadores (assim mesmo, em minúsculas… adivinhe o porquê!). Na peça, “garantem” que o mais que abusivo reajuste do salário dos “vereadores” (precisa explicar as aspas?) vai “beneficiar” apenas aqueles “eleitos” para a próxima legislatura. Que cândido! Penso logo no meu avô que, faz muito tempo, foi vereador em Contagem-MG e, junto aos demais, contribuía com um pouco de seu suado dinheirinho, para uma “caixinha” responsável por parte da realização dos projetos da vereança de então. Tenho vergonha de ter sido professor de um dos “vereadores” de Belo Horizonte, muita vergonha… E pensar que parte de seu nome remete a figura importante da Literatura Brasileira…
2 respostas para “Cinismo”
Para que o cinismo, caro? O melhor é deixar sair como um vômito, à lá Lispector!!! Mas entendo bem sua indignação ao lamentar ter lecionado pra um desses “célebres” personagens (acho que também não preciso explicar as aspas). É por essas e por outras que larguei a licenciatura!!! poisé…
Vejo dois “probleminhas”: não tenho o talento de Clarice e não tenho a vocação da baleia de Jonas… Brincadeiras à parte, é de ficar revoltado e insistir na busca de maneiras de fazer com que alguma coisa mude… pois não? Obrigado pela visita! Abraço