Dizem por aí que a propaganda é a alma do negócio. Bom… penso que há de se ter claro que “negócio” é esse e que “alma” ele tem… A SKY (que infelizmente “engoliu” a Direct TV) tem feito, sempre, maciça propaganda na televisão. Não entro no mérito da política de divulgação da “companhia”, mas me pergunto sobre a insistência em associar os recursos de seus “serviços” a determinados temas. Tenho visto, com muito incômodo, uma dessas “peças” que mostram o tal de octógono. Nestas, num rápido segundo, vê-se a proteção bucal de um dos animais que se debatem voar pela tela. Antes um pouco, dois outros animais estão no tablado e um deles desfere golpes sucessivos na cabeça do outro. A título de divulgar um dos propalados “recursos tecnológicos” a imagem que se repete é a da sequência de golpes… Por quê?
A “Odebrecht” tem veiculado propaganda de mais um lançamento imobiliário no “mercado”. Matéria cuidadosa que enche os olhos dos mais desavisados… O que me chama a atenção é que lá pelas tantas, aparece uma palavra esquisita – “multiúso”. Até vê-la estampada na tela da televisão, jamais soube que ela continua um hiato e que era necessário acentuar a sua segunda vogal…. Alguém pode me explicar?
No jornal Estado de Minas, leio, estarrecido, a declaração do de excelentíssimo senhor ministro da justiça da república federativa do Brasil. Ele diz, depois de qualificar os presídios brasileiros de “medievais”, que preferia morrer a ter de cumprir pena num desses presídios… “medievais”. Estarrecido por quê, Pedro Bó? Ora… O absurdo da medievalidade dos presídios no rincão nacional é inquestionável e causa horror a qualquer ser humano com um pouco de percepção e sensibilidade. Agora, um ministro admitir isso e dizer que prefere morrer a passar algum tempo nesse locus horrendus é mesmo de estarrecer. Subliminarmente – talvez ele não tenha se dado conta, afinal ler é coisa de quem não tem “o que fazer” na terra brasilis –, ele está a dizer que admite a própria inoperância como signatário do Ministério que tem gerência sobre a construção e administração dos presídios por aqui, entre outras coisas… Quem tem olhos de ver que veja!
Anda aparecendo na “rede” uma imagem que diz mais que mil palavras. De um lado a charge de um afamado “jogador de futebol” sorridente, com as mãos na barriga a se vangloriar de receber milhões de reais para… emagrecer! De outro, uma criança mirrada, com expressão triste, a dizer que precisa apenas de 25 centavos para comprar um pãozinho. A ser verdade o pagamento da quase fortuna, eu diria com Camões, na boca de seu Velho do Restelo:
“Ó glória de mandar! Ó vã cobiça
Desta vaidade a que chamamos fama!”
2 respostas para “Flashes”
Este país é mesmo um contrassenso. Eu diria, mesmo, surrealista. Estou preocupada: não tenho me espantado com quase nada ultimamente – anticorpos para a loucura? Que bom que você ainda consegue se estarrecer e criticar. Eu? Desliguei, perdi o interesse e calei a boquita de cereza. Vou me tornando uma ermitã: antes só do que mal acompanhada, diz o ditado. Os olhos e a mente continuam bem abertos, porém para interesses outros, que de BraZil estou de saco cheiíssimo! Ainda bem que minha família e meus poucos amigos fazem valer a pena continuar existindo. Beijinhos, Angel
Ô meu bem, espiritualmente estou com você, reclusa. Mas ainda tenho que enfrentar a turba, semanalmente e no comércio, por aí, por conta da “administração do lar”… Ossos do ofício. Você está certíssima, mais uma vez!