Vai dando um calundu, assim, mágico, pintado a azul e dourado Um azul que eu só vi até hoje nos céus portugueses. será efeito da luz solar sore o oceano e o Tejo? Mas hoje foi assim, com um ventinho ais forte que o habitua nos dias que correm e a luz do dia morrendo em tons de azul que vão desmaiando em dourados, carmins e pratas… até ficar escuro de vez. É a noite. Chegando em casa, leio um poema que está no último livro de António Arnaut, oferecido a mim, por ele, na noite de Natal: mais um dos presentinhos adoráveis que vou levar comigo pra sempre, mesmo em memória, mais que afetiva. Vai o poema:
Ofício do poeta
Demanda da palavra
decifração da esperança
o poeta redime
o erro de Deus
por ter criado o Homem
à sua semelhança
*
Tanto depurei
o poema
que dele restou
a sangrar
a palavra
por achar
Gostei, tanto que o reproduzo aqui, mesmo sem pedir autorização do autor. Penso que ele não vai se chatear. O livro se chama Cavalos de vento. A capa reproduz um quadro de Bual, que o Dr. Arnaut na única parede livre de seu escritório, em seu apartamento, em Santa Clara. Estantes de livros, mais quadros e a janela dividem espaço nas/das outras paredes. Um aconchego que só podia ser dele, como ele, delicado, inteligente…
2 respostas para “Diário Coimbrão 10”
Bom, pelo menos a ida para Coimbra não terá sido em vão. Muitas atividades para além do estágio protocolar. Tomara que tudo continue em 2015 e que seja um período profícuo e agradável. Beijinho, Angel Face
Tomara mesmo! Imagina só… dois meses já se foram!