Diário Coimbrão 36

Acabei de chegar do cinema. Tirei o dia de folga. Pela manhã, fui tentar comprar um laptop num lugar indicado pela supervisora. Eles me olharam como se eu fosse um ET, mesmo eu dando o nome do Dr. António Arnaut (esse nome, aqui, tem peso!), e desconversaram…Claro… Os dois estavam ao telefone e mexendo em computadores, que é o que as pessoas fazem quando não querem atender alguém que abre a porta e atrapalha o equilíbrio ecológico do ócio remunerado… A justificativa foi de que eles só vendem para empresas… Dei meia volta e fiz uma bela caminhada por uma região, ainda nova pra mim, da cidade. Cheguei ao “Dolce Vita”, considerado o shopping mais “in” da cidade… Almocei em um lugar legal, chamado “Ponto Brasil”. Um auto serviço muito bom. Foi nesse restaurante que conheci o vinho Monte Velho… delícia!

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Depois de bem alimentado… filme! As salas de projeção neste centro de compras são muito confortáveis. O som é muito bom. Mas a mania da coca-cola e da pipoca, praga universal, acompanha, infelizmente. Hoje fui ver Teoria de tudo. Uma comovente, em nada piegas, narração da biografia de Stephen Hawking. Até hoje, não havia lido o livro dele. Confesso que é uma das primeiras coisas que vou fazer assim que chegar ao Brasil. Meu acervo de leituras aqui em Coimbra já está completo e vou deixar de ler alguns livros, por decurso de prazo. Gostei do filme. Não vi os demais cujos atores concorreram ao Oscar de melhor ator – como se isso importasse alguma coisa em termos de preferência e gosto –, mas penso que o rapaz que faz o protagonista é um baita ator e consegue captar, do pouco que conheço, o physique du role do físico biografado. Produção austera. Atores de desempenho contido, necessariamente. Música acertada. Uma história emocionante. Vale muito a pena ver…

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Infelizmente, já na hora do almoço, deparei-me, mais uma vez, com essa atitude execrável de deixar comida no prato. Se o restaurante é de auto serviço… pior ainda. Sinal de que a pessoa tem o olho maior do que a barriga, como diz o ditado. De qualquer maneira, há quem acredite que tal “atitude” é sinal de finesse ou elegância à mesa. Ledo engano… pelo menos, pra mim, que sou chato. De qualquer maneira, nos tempos bicudos que correm, deixar comida no prato, seja lá o que isso venha a representar, é, no mínimo, falta de caridade e de consciência cívica…

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Outra dissonância: as pessoas que andam mexendo no famigerado telemóvel (= celular). Ai que coisa mais chata, mais desagradável, mais deselegante, mais estúpida, mais incômoda, mais irritante. Ai. Quando vejo alguém caminhando em minha direção fazendo isso… faço questão de não me desviar. Às vezes, chego mesmo a provocar o encontrão e não peço desculpa. Pra completar, levanto a sobrancelha direita e olho a “pessoa” de alto a baixo, com o máximo de desprezo no olhar… Se e que esse “alguém” vai perceber… Mas sinto-me mais aliviado. Como eu disse… sou um chato…

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4 respostas para “Diário Coimbrão 36”

  1. Você é um chato que eu amo, porque partilho da chatice. Ando com pouca paciência para muitas coisas…
    Quero ver o filme, o livro já li e vale a pena. Uma mente que brilha em meio ao caos orgânico. Felizmente, o dinheiro, ao menos, lhe proporcionou oportunidade única de expressar sua genialidade.
    A globalização caminha a passos largos: em plena Coimbra um centro de compras com nome italiano e a maledetta coca-cola com pipoca nas salas de cinema. Assim como o ócio remunerado nas empresas, outra praga global… Estamos, provavelmente, perto do fim de alguma coisa, pois não? Bem haja, meu amigo. Beijinhos, Angel Face

  2. Amamo-nos, cada uma a seu jeito… O que é mais que bom! Daqui a pouquinho sai, quentinho do forno, a postagem 37, desse Diário que não tem sido diário… Era para escrever na sexta ou no sábado, mas foi tanta coisa inesperada que acabou agora… Daqui a pouco… Não será grande coisa… Mas aguarde…
    Fica com Deus, minha amiga e que a semana seja mais tranquila!
    beijinho

  3. Gostei dos encontrões! É verdade…uma epidemia essa dependência do telemóvel!
    Monte Velho, uma das nossas delícias (temos mais…) e “Teoria do Tudo”…um filme que quero muito ir ver!
    Gostei do blog, continue!
    😉

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