“Um homem.
Um homem. Sozinho.
Um homem. Sozinho na casa.
Um homem. Sozinho na casa. No meio do nada.
Um, Sozinho na casa no meio do nada, Escrevendo.
A sequência poderia continuar. Indefinidamente. A pontuação teria, obrigatoriamente, que ir sendo modificada. Ela pode dar consistência ao pensamento que se espraia nos intervalos e espaços vazios entre as letras, no meio de seu corpo, em seus vãos. Os vãos. Os vazios O homem que escreve a preencher vazios. Pelo menos, é o que ele deseja, o que ele tenta fazer. O que ele tenta fazer desesperadamente. Tenta fazer desesperadamente cada vez que entra no escritório.
O escritório.
A mesa no centro do escritório.
A janela defronte a mesa que está no cetro do escritório.
A estante de livros do lado oposto ao da janela que ilumina a mesa no centro do escritório.
Na mesma medida, a descrição, entre idas e vindas na organização ordenada (ou não) dos elementos que compõem a cena, vai sendo construída como a compor um pano de fundo dramático para a cena que vai se desenrolar neste cenário. as que cena seria esta? Quais e quantos são seus personagens? Eles falariam uns com os outros? Haveria troca de informações? Essas informações serviriam para criar um enredo a envolver as personagens que aparecem no meio dessa cena inicial?”
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“Uma conhecida que há muito não se vê diz que é preciso escrever de tal maneira que quem for ler não se canse. As imagens podem ser um substituto interessante para captar a atenção do leitor. Ninguém mais tem saco de ficar lendo indefinidamente.
O político atravessa o corredor cercado de policiais e fotógrafos, como a procurar por uma novidade. O político é o mesmo. A situação é a mesma – sua prisão. O assunto, o mesmo, corrupção.
As pernas do nadador a caminho da beirada do trampolim para fazer seu salto. Os músculos retesados de pernas e braços e abdômen. As vias saltadas. O erótico mergulho no espelho azul em movimento.
O calendário marca a data final. A mensagem diz a data final. Que saco…”
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Ontem não escrevi a postagem. Ontem quebrei um ritmo que havia estabelecido inconscientemente para o retorno de minhas postagens. Fui visitar uma amiga muito querida. Uma amiga que já foi minha professora. Uma tarde mais que gostoso para finalizar o dia mais bobo da semana: o domingo!
2 respostas para “Ooops!”
É sempre prazeroso visitarmos os amigos que são importantes para nós !
Se é!