Quase um mês sem escrever uma única linha. Umazinha sequer… Sem comentários. Para minha surpresa, deparo-me com o cartaz abaixo, publicado numa foto colocada em página de Facebook pertencente a uma ex-aluna e colega dos meus anos gaúchos de universidade “pública, gratuita e de qualidade”. A Maria Eulália. A foto me fez pensar…
O texto é bonitinho, bem ao gosto do momento. Criativo? Um pouco. Instigante? Nem tanto.
Faz pensar, entretanto. Fico aqui imaginando nas colendas vaidades que se agarram a certo
osso, tentando assegurar um estatuto e uma “glória” que foram se perdendo ao longo do
tempo.
Minha mãe foi professora primária. Sua irmã também! Eu optei por esta carreira por
pensar, vaidosamente – sou leonino after all! – no sucesso que faria dando aulas, fazendo
conferências, escrevendo livros, sendo convidado para “eventos”. Ledo engano! Não me
arrependo, nem um pouco pois o ato de “dar aulas”, de falar sobre assunto de que gosto
imenso, ainda me causa certo prazer. O problema, a meu ver, está em mim também, e no
outro lado… Mas isso é assunto para outra conversa. Por agora, fica o registro da data, que
não conhecia como tal…
4 respostas para “Surpresa”
Vai que é por isso que sou tão “letrada”! rsrsrsrsrs Quanto aos desenganos, conheço-os bem. Melhor não falar sobre isso hoje. Também não me arrependo, mas ainda pago alto preço por isso. Anyway, parabéns para mim, para Albrecht Durer, pintor de quem muito gosto e para as Letras, as palavras e o que podemos fazer com elas. Beijinho.
Smos todos letrados, até por demais, às vezes, angel face!
Mas as palavras têm de ser amistosas e têm de ter eco. Exigem um esforço de quem as pronuncia e acredita, como Eugénio de Andrade:
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos, as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
Abraço TeresaP ________________________________
O poeta, como soe acontecer, está certo. Como minha alma, pequena, não tingiu esse patamar, faz-me padecer de ceticismo que duvida da comemoração, ainda que, mesmo em parte, comemore, bem no íntimo! beijinho saudoso, amiga! 😉