Quotidiano

Tempo seco. As folhas secas cobrem o chão pra todo lado. Vento quente. Tempo seco. Sol escaldante. Alma seca. Preguiça de tudo. O tempo que passa e a mesmice que impera. Os gritos e as fanfarras vomitando verdades e autoridades. O brado dos indesejados. O grito dos desfavorecidos. O calor. O tempo quente. O tempo seco. A alma seca. Isso era para ser um poema, mas não é. Não vai ser. Pode ser. Quem sabe? Não há, aqui, ninguém que o saiba, que o  possa afirmar. Ainda assim as páginas se enchem da soberba que vocifera verdades relativas. Opiniões nem sempre arrazoadas. O fulgor da sanha invejosa que tenta anular a fala alheia. Nada do que vem do outro lado serve. Qualquer que seja o lado. A premissa é a mesma. A conclusão nem sempre. Tempo seco. Alma seca. A poesia que não se escreve. O tempo que passa e não se escreve. A história que não se conta, mas se escreve. Ou, por outra, que se conta e que se escreve. A possibilidade existe. Tempo seco. Alma seca. Ouvias mas mesmas coisas, às mesmas horas, nos mesmos momentos. Com os mesmos intuitos. A mesmice. Nada a acrescentar. Então, se não muda, melhor calar. O que fazer quando todas as arestas se tornam mais finas e cortantes? Por que acreditar que essa ou aquela vertente é mais confiável e mais próxima da verdade que quaisquer ouras? Como saber se as imagens são mesmo reais, concretas, referentes ao que delas se diz? Como? Por quê? Para quê? Quem? Onde? Quando? Com qual objetivo? A quem interessa? Só perguntas. As respostas que aparecem só fazem aumentar a dúvida e colocar em dúvida a credibilidade de outras informações. A menina agarra o cabelo da mãe e diz que só vai soltar se a mãe autorizar a sua ida a uma festa. O pai interfere, falando, manso como um samaritano penalizado. A adolescente continua gritando, arrogante, que não solta. A mãe choraminga que está doendo, que está machucando. O pai balbucia lugares comuns. A adolescente, mais arrogante e mais agressiva, grita, vocifera, que só solta se a mãe a levar até a porta da festa. Lá, solta os cabelos. Nada como um bom tapão na fuça pra ensinar pra aborrescente que é que sabe… Mais uma segunda-feira nos estados unidos de bruzundanga, assim mesmo, só com minúsculas…

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