Categoria: Esparsos
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Ironia
O texto que segue não é meu. Publico-o aqui por ser um exemplo de fina ironia, desvelada numa linguagem acuradíssima. É texto que dá prazer de ler. E muito. As omissões representadas por (…) se devem ao fato de que desejo preservar a identidade das “personagens” envolvidas, mas, acima de tudo e antes de mais […]
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Trechos de um diário
“Conheci o João Tordo numa tarde de palestra, para unos estrangeiros. Rapaz magrinho, tímido. Gaguejava um pouco, creio que de nervoso. Risonho falava com fluidez, apesar da citada gagueira, que, de fato não o era. Uma tarde agradável com algumas alunas fascinadas por ele. Foi divertido. Já o José Luis Peixoto conheci num auditório, depois […]
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Lição
A eletricidade tomava conta de cada segundo dos dias naquela semana. As provas finais das eliminatórias que definiriam o time olímpico iam acontecer. A piscina estava pronta. Os cronômetros e toda a aparelhagem, em perfeito estado. Os juízes, observadores, jornalistas e pessoal de apoio, devidamente treinados e a postos. Seria praticamente uma celebração. Os melhores […]
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Primeira versão
Segue a primeira versão de um poema (comentários e palpites continuam a ser esperados). “Sem sentido” Uma tarde que passa como as demais que também passam repetindo a mesma ritmada canção muda, a que embala quimeras e decepções num paul inquieto de ilusões e temores de gente que vive a trabalhar sem tino, rumores daquilo […]
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Livros
Foi numa noite fria de novembro. Ao fim da tarde, o róseo azulado céu que se via da Quinta de Juste forrava o pensamento com uma luzidia corrente que se espraiava sobre a planície a encobrir o rio Cávado com uma névoa matinal que diariamente se vê a esta altura do ano. Os panos envidraçados […]
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Intervalo
Um intervalo. Mais um. Faz uns tantos dias que não escrevo, nem mesmo para repercutir algum texto alheio. Nada. Antes de viajar, li um livro do Augusto Abelaira, escritor português (ainda vou comentar algo sobre ele aqui): A cidade das flores, seu primeiro romance (1959). Se não me engano é este mesmo o nome dele. A […]
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Sarcasmo
Uma vez mais, o texto que segue não é de minha autoria: por isto, as indefectíveis aspas! Como da outra vez, sei quem é o autor, mas prefiro não mencionar seu nome para não ensejar celeumas. Não quero meu nome em bocas de matildes e de detratores disso ou daquilo. Não me quero associado a […]
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Uma carta
O texto que segue é uma carta. Não fui quem a escreveu. Cortei os nomes citados para preservar a intimidade dos envolvidos. Cortei outros nomes e indícios identitários pelo mesmo motivo. Quis colocar esta carta aqui pelo sabor, a fineza da ironia, a suntuosidade da linguagem, o vigor do sarcasmo e a inteligência demonstrados pelo […]
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Retalhos
“Um bando de gente suja, suada, malvestida e fedorenta. Um amontoado de gente assim num lugar que mais parecia uma gruta. Eu tinha que passar no meio desse grupo, barulhento. Ofereciam-me carona, cigarro, bebida. Eu sentia nojo e tentava me desvencilhar. Tinha que chegar ao noviciado. O quarto era amplo, claro, limpo. Portas grandes, janelas […]
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Besteira
Recebi o texto que segue de um/a amigo/a, já não me lembro quem. Tenho certeza de que ele/a não fica ofendido/a pelo meu esquecimento. No entanto, devo dizer que algumas reações me causaram espécie. Uma, em particular, de outra amiga, que diz que estava gostando do texto até que percebeu que se tratava de um […]