De repente, a notícia se espalha como fumaça. Rapidamente, a opinião pública, alarmada, ouve, vê fotos, assiste vídeos e escuta comentários e análises de “especialistas” sempre de plantão para dar a explicação cabal de tudo. O que se vê, de fato, é a falta de qualquer coisa de fundamental. De alguma coisa que deveria estar no começo de um processo, algo que inicia este processo e dá consistência a seu desenvolvimento. Pode ser que a palavra EDUCAÇÃO reúna as condições semânticas e discursivas necessárias para identificar a tal coisa que falta. Não sei… A complexidade que marca este processo é por demais multifacetada e me põe em dúvida se seria mesmo possível reunir todas as idiossincrasias de tal processo numa única palavra. De um jeito ou de outro, é lastimável ver magotes e magotes de pessoas comuns – nada de mascarados, pedintes, criminosos ou marginais – pessoas comuns saqueando lojas a esmo, pelo aparente prazer histérico, perverso e doentio de saquear. Isso mesmo, saqueando. Se eu escrevesse roubando, alguém poderia me acusar de sectário. Poderia dizer que sou um coxinha desinformado. Como disse alguém que conheci e que destruiu trinta anos de amizade comigo por nada, eu seria um Clodovil da academia. Não comento mãos sobre isso porque não me interessa agora, aqui. Pois bem. Os saques que aconteceram, mereceram da mídia o relato quase patético de um sujeito que se diz arrependido e que devolveu à loja o que roubou. Será mesmo? Terá mesmo devolvido TUDO o que roubou? Qual o motivo do arrependimento? Ou seria medo de ter sido flagrado por câmeras jornalísticas e, com isso, correr o risco de ser identificado e indiciado por furto. Ou seria roubo? Não sei, agora, a diferença jurídica entre um e outro termo. O fato permanece. Muita gente fez isso. Não sei se os policiais militares têm raão. Não sei se as “autoridades” têm razão. Não sei se existe razão. O que penso é que tem muita coisa errada. Penso que o Brasil está vivendo momentos muito, mas muito esquisitos. Penso que o que está acontecendo no Espírito Santo ou, pelo menos, em parte deste Estado, pode vir acontecer em outras paragens deste continente chamado país. Ainda não me sinto apavorado como muita gente lá pela região dos capixabas. Quem me garante que igual situação já não aconteceu ou está acontecendo – agora mesmo, enquanto escrevo – em outros cantos do rincão nacional…? Vai saber. Mas uma coisa é inegável> se fôssemos uma sociedade EDUCADA isso não estaria acontecendo…