Tag: Narrativa
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Ritmo e sensibilidade
Durante os anos de magistério superior, fiz leituras que era obrigatórias por força do conteúdo a ser estudado a cada semestre. Particularmente, este estudo foi-se tornando, ao longo dos anos, repetido, dado que os conteúdos não mudavam e as disciplinas sob minha responsabilidade passarem a ser sempre as mesmas. Com o tempo, fui conseguindo ler […]
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Recomeço
Uma preguiça enorme… Então, resolvi apenas mostrar o início de meu novo livro que tem por título provisório: Nem tudo corre como num romance. Aí vai: “O texto que aqui começa pode ser lido, no mínimo, de três maneiras. A primeira delas, a óbvia, é a que vai levar você da primeira até a última linha – […]
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Capítulo de livro III
Ainda sobre a Nelida. Anos depois ela se vingou. Numa publicação que editou, não incluiu um texto meu, apresentado e aprovado. Num encontro casual, perguntei o porquê. Ela disse, com a sobrancelha esquerda arqueada e afinando mais ainda o bico, com o rosto recortado pelas cicatrizes do acidente, que meu texto ficaria desvalorizado no conjunto […]
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Capítulo de livro II
Não sei dizer quanto tempo se passou desde que entrei na sala semiescura. Não estava nervoso, nem irritado. Curioso, essa é a palavra. Curioso. Fiquei andando de um lado para o ouro esperando que alguém entrasse. Nada. nenhum barulho. Nada. Cansei de ficar andando e me sentei. De repente, do nada, talvez pelo ócio, lembre-me […]
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Capítulo de livro 1
Meu nome é Ezequiel. Para ser sincero, não tenho sobrenome. Meu pai desapareceu meses antes de eu nascer. Minha mãe não quis me dar o nome dele. Então, chamo-me Ezequiel. E só. Estou num lugar que não conheço. É todo cimentado. Tem uma janela grande e gradeada mais para o alto da parede que deve […]
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Parábola
A vastidão da página em branco clama pela mancha escura da letra, rasura do sentido. As ideias não fluem, permanecem escondidas aguardando um solavanco do tempo para saírem de seu miasma e emergir em desenhos múltiplos. Assim cismava o poeta, observando o espetáculo do mundo debaixo de chuvas torrenciais que insistiam em não parar. Jamais. E […]
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Experiência
Depois de trinta e seis postagens, em série, com algumas interrupções, encerrei a publicação do material a compor seis dos oito ou nove capítulos de um livro que estou tentando escrever. Trata-se de uma segunda experiência estética. Pela segunda vez, procuro utilizar o princípio motor da poética aldravista – a metonímia – para construir uma […]
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Mais um convite
Trilogia. Substantivo feminino. Na Grécia antiga, nome dado a um poema dramático composto de três tragédias que deviam ser representadas juntas. Por extensão de sentido, quando se trata de uma narrativa, geralmente longa, convencionalmente chamada de romance, é o nome que se dá ao conjunto de três obras, unidas entre si por temática comum. Bom. […]
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Diferenças
Duas mulheres, um bando de rapazes, um tempo incomensurável e a verborragia de um narrador que nem narra, nem se identifica como tal. Bobagem? Não creio. Mário de Andrade, no início do século 20, advogou o direito à experimentação estética – creio que era esta a expressão literal usada pelo polígrafo paulista – para a […]
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Aproximações
O primeiro volume da coleção de obras de Graciliano Ramos – de que me falta apenas um volume – Vidas secas – apresenta Caetés, publicado em 1933. Em interessante ensaio de apresentação da obra do escritor alagoana. Wilson Martins faz observações que vou retomar aqui. O volume que me falta foi emprestado para uma prima, […]