Tag: Poema

  • Tédio

    Já faz tempo, eu sabia que o tédio habita aqui ao lado,  duas casas depois da minha, descendo a rua. Não é muito longe, seu cheiro enche quartos e sala  e banheiro e cozinha amainando o espírito de quem chega, nublando sonhos que se perdem no tempo. Deixando cada coisa em seu lugar devidamente envolta…

  • Primeira versão II

    Há poucos momentos olhei para o céu, de um dos lados da varanda de minha casa e vi nuvens, grandes, densas, volumosas. Levantei-me. Liguei o computador e deixei que as palavras viessem ao meu pensamento, escorrerem pelos dedos sobre o teclado, efeito da visão que me tocou. Não sei dizer como, nem porquê. Apenas, tocou.…

  • Primeira versão

    Segue a primeira versão de um poema (comentários e palpites continuam a ser esperados). “Sem sentido” Uma tarde que passa como as demais que também passam repetindo a mesma ritmada canção muda, a que embala quimeras e decepções num paul inquieto de ilusões e temores de gente que vive a trabalhar sem tino, rumores daquilo…

  • Insistência

    Quis escrever um poema sobre a cor alaranjada do por do sol. O poema não saiu. O céu escureceu. Uma chuva miúda caiu. Mas o poema ficou encruado lá em cima, depois das nuvens. Ou ficou embaixo da terra, esperando melhor momento para brotar. O que fazer? Sem saber ao certo, caminhei. Trinta minutos. Quarenta…

  • Poema

    Modorra   Se a perfeição do quadrado almeja encontrar o ponto final da curva cíclica do desejo indolente da esfera, pouco importa. Sabe ele que dos quatro passos nenhum a mais pode ser dado para negar que é impossível ser feliz sozinho. E é. Antônio Carlos sorri, entre dentes. Morde o charuto, dedilha o piano…

  • Poema de estalo

    Enquanto ando, as quarenta voltas em torno de casa,penso num monte de coisas. As mais variadas, numa sequência caótica que obedece, apenas, ao sabor da vontade de acabar logo com essa chatice (dizem que absolutamente saudável) que é caminhar. Hoje, neste percurso diuturno, pensei nesse poema que escrevi, sem revisão… Sou poeta de ocasião, como…

  • Despedidas

    Hoje faz nove dias que recebi, oficalmente, a declaração de aposentadoria, exarada pela egrégia universidade federal de outro planeta (ufop), aposentadoria esta que foi publicada na DOU onze dias antes, 3 de Maio. Eu poderia dizer coisas e loisas sobre esta “diferença de tempo. Declino desse direito, por absoluta preguiça… Tal situação demanda uma atitude…

  • Poema desconsolado

    Encontrei alhures. Não me lembro de como, não sei de quem. Guardei. Apenas encontrei e guardei e, por isso, e mais, por ter gostado, aqui trago. Pode ser que mais alguém venha a gostar. Chamo de desconsolado por não encontrar expressão melhor. Expressão do que me veio à mente, ao espírito, quando li… “Em redor,…

  • Poema azedo

    Hoje foi domingo. Pediu cachimbo. O cachimbo era de ouro e bateu no touro. O touro era valente e bateu na gente. A gente, fraca, caiu no buraco. Buraco fundo. Acabou o mundo. Nostradamus estava certo? O verbo no passado e a pergunta sem resposta. Vi ser sempre assim. Sempre… desde quando? O sujeito abre…

  • Do Seminário 1

    Esta  é a primeira postagem para os matriculados no Seminário de Poesia. As postagens acontecerão sempre às terças-feiras para que, na quarta, haja a interação que vai substituir as aulas. Seguindo o roteiro previamente estabelecido, a postagem de hoje se refere a dois poemas parnasianos, antes de abordarmos dois textos “teóricos” acerca da poesia. Veja…