Tag: Poesia

  • De novo

    Uma vez mais, faço a mesma coisa. Com vontade de escrever, mas sem a menor ideia de como desenvolver qualquer ideia, sentei-me diante do computador e comecei a escrever o que me vinha à cabeça. Sem retoque, sem revisão, sem releitura. Saiu isso: O olhar enviesado do ciclista não acode para o perigo que o…

  • Sem pensar

    Pensei em escrever um poema. O calor está demais. A secura beira o insuportável. Sentei-me e comecei a digitar sem pensar. Pensei em colocar na tela o que me vinha na cabeça para depois pensar no poema, na sua construção, na sua montagem. Não fiz correção nem reescrevi nada. Só deixei fluir do pensamento para…

  • Poema

    Delírio Entre as rotundas colinas e seus picos túrgidos antever o vale hexamétrico amplo e ondulado a caminho do pecado, sem rima e a haste intumescida erguida, entre num vasto plano de veludo acastanhado sobre colunas de alabastro, torneadas e amplas e os pés. Ai, meu Deus, os pés! O quê? Não, não é o…

  • Insistência

    Quis escrever um poema sobre a cor alaranjada do por do sol. O poema não saiu. O céu escureceu. Uma chuva miúda caiu. Mas o poema ficou encruado lá em cima, depois das nuvens. Ou ficou embaixo da terra, esperando melhor momento para brotar. O que fazer? Sem saber ao certo, caminhei. Trinta minutos. Quarenta…

  • Surpresa!

    Um título interessante seria “ritmo de baião”. Isso levaria o leitor a pensar numa generalização que, inevitavelmente estaria circunscrita ao universo da música. Nessa mesma perspectiva se acrescentasse um artigo definido no início e junto à preposição, teríamos a confirmação de uma mesma ideia, porém, limitada, especificamente a um ritmo musical: o ritmo do baião.…

  • Música

    Não se trata de um poema tout court, ao pé da letra. Seu autor foi Harold Arlen que, junto com Ira Gershwin, compuseram a música para a primeira versão de um filme inesquecível: A star is born. Ao escrever isso, por óbvio, vem à mente a imagem de sua mais preciosa, genial, contundente, emocionante, inigualável,…

  • De antologia

    Ele são dezessete. Nomes, os mais variados: Gabriel, Anjinho Barroco, Ana Maria, Elsa, Joaquina, Xamalu, Joel, etc. Muitos e variados nomes. Nomes e apelidos que se enfileiram numa média de 4,3 textos atribuídos a cada um deles, entre prosa e verso. Treze deles têm cinco textos, dois têm dois e um apenas um. O que…

  • Dois poemas

    Ando tentando compor outro livro de poemas. Hoje, resolvi estes dois: Entre a nuvem e o poema é interposta a palavra do poeta que, silente, pensa na resposta à dúvida que algures alguém se faz. Pensar a escrita de um poema como quem pensa na existência da nuvem é brincar de nada e dançar ao…

  • Finale

    Para encerrar a série sobre o Aldravismo, hoje falo um pouco de um livro peculiar. O texto não será de saudação a um novo membro, não será prefácio de um livro de poesias, nem será a introdução de um assunto novo, com ares presunçosos de verbete enciclopédico. Não, definitivamente. Não se trata um livro (por…

  • Mar: metonímias possíveis da/para a poesia

    Hoje é dia da terceira intervenção acerca do aldravismo, em suas manifestações. Vai mais um prefácio, desta feita, ao livro de “prosopoemas” de Gabriel Bicalho, intitulado Âncoras flutuantes. Prefácio O aldravismo, em sua proposição e em suas realizações, até o presente momento, não é pós-moderno. Qualquer referência ao termo “pós-modernismo”, aqui, expõe imediatamente as retinas um tanto…