Este post é um prévia, uma espécie de tubo de ensaio. O texto é o que eu vou ler na próxima terça-feira, 18 de maio, na abertura do Dia da cultura brasileira, aqui em Zagreb. Trata-se de uma promoção do International Cooperation Office, da Filozofskom Fakultet, da Universidade de Zagreb, capitaneado por sua diretora, Tamara Sveljo (há um acento circunflexo invertido dobre o “s” do nome dela, mas eu estou com preguiça de configurar o teclado para o croata!). Inaugura-se, oficialmente, a exposição de fotografias (interessantíssimas!!!) da Katarina, que trabalha no Centro de Língua Portuguesa-Instituto Camões e esteve no Brasil. Vai ter caipirinha e pão de queijo (são dois ícones do que é “ser brasileiro” por aqui. O pão de queijo é por minha causa, diz a minha presunção, e a caipinha é por conta da tal de “unanimidade nacional” entre os turistas que vão aos trópicos!). Vai ter samba e capoeira também! Vai-se ouvir música popular brasileira. Eu fui instado a falar sobre o que é viver no Brasil. Daí pensei em dizer o que abaixo se lê em seguida!
O Brasil não é longe daqui. Basta um clique na tela do Windows Explorer ou do Firefox, ou qualquer outro browser e você chega lá! Rapidinho!
O Brasil é longe daqui. São exatos 9452 quilômetros entre Zagreb e Belo Horizonte, a cidade em que nasci. É muito longe!
Como qualquer país do mundo, o Brasil é diferente. Assim como a China é diferente do Sudão, a França é diferente do Alaska, a Rússia é diferente do Paraguai. Assim mesmo, diferente, nem melhor nem pior, apenas diferente.
Porém, no Brasil, a gente tem o carnaval que o resto do mundo admira. Lá se come galinha com angu e quiabo, sem medo; tucunaré na brasa, parrillada gaudéria, sarapatel e pato no tacacá; pão de queijo, pé de mleque e papo de anjo com baba de moça. Em lugar algum do mundo se come isso. Em outros lugares do mundo se comem outras coisas e se lá eu estivesse, diria a mesma coisa. Tudo é uma questão de perspectiva.
O Brasil tem Drummond, Vinícius e Guimarães Rosa; Ângela Maria, Elis Regina e Adriana Calcanhoto; Portinari, Niemayer e Iberê Camargo; Garrincha e Pelé; Fernando de Noronha e Ilha do mel.
No Brasil, a gente vê a pororoca, visita as ruínas jesuíticas, passeia pelas ruelas do barroco colonial e desemboca na contemporaneidade de Brasília.
O português é uma das línguas mais falados no mundo, mas nem por isso o Brasil tem mania de grandeza. Não há necessidade de mania: o Brasil é grande… Oito milhões de quilômetros quadrados: é muita terra, é muito mar, é muito mato.
Selva amazônica, Pantanal, Pampa, Sertão: o Brasil é quase um continente inteiro. Não é a perfeição, mas é onde eu nasci, onde eu me criei, para onde estou voltando. O Brasil é muito bom e muito ruim. Já tive vontade de abandoná-lo de vez: foram delírios adolescentes. Nada como a terra da gente!
Eu gosto de ser brasileiro!
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